30 de junho de 2006

A importância das imagens na concepção aristotélica do conhecimento

Aristóteles parte em sua filosofia, do sensível para o inteligível, pois para ele não há nada que está no intelecto que não tenha passado pelos sentidos.
Todo o conhecimento tem início nas sensaçôes, é fazendo uso dos sentidos que se adquire o conhecimento do mundo, indo assim contra a teoria das idéias de Platão.
Aristóteles distingue os sentidos em externos e internos. Os externos são aqueles que captam diretamente as formas sensíveis so que está à nossa volta, e são os cinco tradicioinais: visão, audição, paladar, tato e olfato. Cada sentido externo tem o seu sensível próprio, assim a visão tem a cor, e a audição tem o som como sensíveis próprios. Os sentidos externos captam as formas sensíveis das coisas. Os sentidos internos são a memória, a imaginação, o senso e a estimativa. A estimativa é o sentido que seleciona os dados que serão enviadas à memória, esta por sua vez, envia as sensaçôes para o intelecto.
O intelecto por sua vez é dividido em agente e paciente. As informaçôes presentes na memória são captadas pelo intelecto agente que através de um processo de abstração extrai o elemento inteligível, que até então estava em potência apenas, e o manda para o intelecto paciente que é quem se apropria do conhecimento propriamente dito.
O papel do intelecto pode ser comparado ao processo de impressão para melhor compreensão. Assim seria com o uma folha em branco (mente) em que é impresso (processo de abstração) pela impressora (intelecto agente) o conteúdo (intelecto paciente). Claro, comparação feita com todas as ressalvas e perdas características de qualquer comparação. Então o conhecimento é o resultado de uma ação do intelecto agente, é fruto a junção do intelecto com o sensível.
Nesse processo de conhecimento aristotélico nota-se que as idéias não existem nos objetos em si e por si mesmas, como afirmava Platão, mas se encontram na inteligência. O intelecto sem as formas sensíveis permanece apenas em potência. E o sentido na ausência de seu sensível próprio é também potência. Ele se torna ato quando, na presença de seu sensível próprio, exerce o ato. A inteligência também é uma potência que entra em ato quando em contato com a forma inteligível, resultado da abstração do intelecto agente. Então uma cadeira por exemplo, está em ato em si mesma, mas a IDÉIA de cadeira está em potência. Após o trabalho da minha mente, a idéia de cadeira vai estar em ato na minha mente, mas a cadeira em si vai estar apenas em potência, ja que para transformá-la em ato seria necessário pegar a madeira e fazer uma cadeira
Portanto o pensar apenas, não é um ato completo, ele exige um pensado para se tornar ato, para se pensar o pensado. É o cogito cogitatum Husserliano. Nessa relação entre pensar e pensado é que se verificaa importância, bem como os limites das imagens no processo aristotèlico do conhecimento.

22 de junho de 2006

Sobre a exploração


Antes, esclarecimentos sobre o post passado. O texto foi baseado numa matéria do Frei Betto para a revista caros amigos desse mês. E sobre os comentários, Nunca votei pra Deputado, por ser muito novo ainda. Mas votei para vereador (rodrigo Parras) e para prefeito (Callegari), votei também para presidente do grêmio da E.E José Alvim (em mim!!). Agora ao texto

Esse é um texto que tenta definir a exploração. Não coloquei reflexôes próprias, pois deixo essa tarefa à vocês hoje. Pode ser que um dia eu poste alguma coisa mais pessoal e menos técnica sobre isso.

Explorar significa fazer uso de algo para um fim determinado, mas quando usam da ação de outra pessoa em benefício próprio, estamos explorando essa pessoa, tratando –a como coisa, instrumento de fim nosso, transformando-as em objeto.

Em um certo momento da humanidade passou a existir a exploração humana, que se dava através do trabalho. Portanto a compreensão de exploração requer o conhecimento da noção de trabalho humano.

O que diferencia os homens dos animais é a capacidade de trabalhar, produzindo e transformando o meio em que vive de modo que cada geração encontra um mundo diferente. Justamente por transformar racionalmente a natureza é que o ser humano é o único ser que tem história, ou seja, que suas condições de existência são transformadas por sua própria ação.

Trabalho é o ato através do qual o homem despende energia para transformar as condições em que se está. Pode ser um ato de emancipação quando dirigido para fins determinados ou pode ser apenas um ato de sobrevivência. E é isso que tem sido para a maioria da humanidade.

Antes do capitalismo o trabalho já era fonte de exploração através de escravos, camponeses e etc. Com o progresso material foi possível que alguns não precisassem mais trabalhar devido a acumulação de bens. Surgia então a divisão social do trabalho, que valorizava o trabalho mental em detrimento do trabalho manual, prático. Ao longo do tempo essa divisão foi se tornando mais complexa sempre tendo em vista a exploração do trabalho alheio. Por isso a história humana tem sido a história da exploração do homem pelo homem.

Com o trabalho sendo uma fonte de rendimento, para muitos ele adquiriu um caráter de alienação, que pode adquirir vários sentidos. O primeiro é a alienação econômica, em que o trabalhador produz algo que é apropriado pelo não trabalhador. É esse tipo de alienação que torna possível o enriquecimento de uma minoria. Um trabalhador produz muito mais riqueza do que aquilo que lhe é pago através do salário. Esse excedente que é apropriado pelo capitalista é chamado por Marx de mais-valia, e é o que torna possível a reprodução do capital.

No capitalismo o trabalho humano torna-se uma mercadoria que pode ser comprada e vendida através do salário que como vimos não representa um troca de serviços de modo igual, devido à mais-valia. Assim sendo o salário é o que esconde os mecanismos de exploração da força de trabalho.

O segundo sentido para alienação é aquele em que o trabalhador não decide o que vai produzir. Ele não é o dono de seu trabalho mas o usa como meio de sobrevivência e não como meio para transformar conscientemente o meio que o cerca. Dessa maneira seu trabalho é explorado por causa da alienação que impede sua consciência acerca da mercadoria produzida.

Mercadoria é tudo aquilo que é produzido para o mercado, não para o consumo próprio individual, e tem dois valores: o de uso e o de troca. O valor de uso é a utilidade que a mercadoria tem, e existe em todas as mercadorias. O valor de troca é dado pelas horas necessárias à fabricação de um produto. É a utilidade de uma mercadoria que gera o interesse de possuí-la, mas seu preço é dado pelo valor de troca. Se numa mercadoria não existe o valor de uso é necessário criá-la através de propagandas.

A única semelhança entre mercadorias com valor de troca diferentes é que ambas foram produzidas pelo trabalho humano. O mesmo preço para duas mercadorias distintas significa a mesma quantidade de trabalho. O próprio trabalho se tornou uma mercadoria cujo valor é igual ao valor dos meios de subsistência necessários pela manutenção da vida dos trabalhadores. É uma mercadoria especial pois é a única capaz de produzir mais valor. Como nas sociedades capitalistas há mais mão de obra do que empregos, os trabalhadores vendem sua força de trabalho abaixo do mínimo necessário. O trabalhador é então explorado em mais esse sentido, o que se faz falar em uma super-exploração do trabalho.

Uma sociedade em que todos tenham direito garantido ao trabalho e possam viver apenas dele é uma sociedade sem exploração. Assim, ninguém viveria do trabalho alheio e as máquinas, fábricas e matérias-primas seriam propriedades do conjunto da sociedade. Essa sociedade recebe o nome de socialismo, devido à socialização dos meios de produção e da decisão coletiva, através da democracia, socialização esta, que se aplica aos meios de produção. Uma sociedade assim eliminaria a exploração e alienação, fazendo do trabalho um meio de liberdade e emancipação.

17 de junho de 2006

Por que votar?

...Cuidado para que teu voto não seja a expressão de suas ambições individuais...
Amesquinhar o voto é dar espaço a corrupção, tirania, é rejeitar a democracia.Os detalhes da sua vida resultam da qualidade da política que predomina no pais:alimento, transporte salário, cidadania. Quando a política serve a poucos aumentam a fome, a miséria e desigualdade, que são causados pela política errada dos que fazem política de acordo com os interesses dos oligopólios, latifundiários e credores da nossa dívida pública. Mas através do voto torna-se capaz de alterar a dura realidade.
Nas eleições não se enoje da política, não se submeta ao desencanto, mas também não se iluda com o marketing que maqueia os políticos , com a retórica, com as músicas fáceis e agradaveis. Descionfie dos arrogantes, dos caudilhistas, dos populistas, dos que jamais prezaram por aqueles que lutam pela sobrevivência. Pelo contrário, tome uma atitudede cidadão pleno e avalie sua cidade, seu país. O que falta ao povo?Quais as causas das intempéries sociais? Quem elege os corruptos? Cuidado para que teu voto não seja a expressão de suas ambições individuais, e sim de sua fome de justiça, de seu senso cívico, de seu projeto de Brasil para todos.
De acordo com o seu voto, pode ser que não haja mais eleições em que se faça ouvir sua vontade. Por um outro lado, pode ser que cresça a democracia, a cidadania, que sua participação seja ampliada no poder público. Mas se seu voto for nulo, nulas serão suas queixas, fará parte da amargura cívica. À margem da cidadania seu protesto vazio favorecerá aqueles que devem ser banidos do poder e da vida pública, e à anulação de seu voto, de sua consciência, agradecerão os que se apossam dos recursos públicos.
Se faça lembrar na memória das pessoas através da construção de um país. Através de seu voto pode ser efetivado o que o país tanto pede:reforma agrária, redução de desemprego, desenvolvimento sustentável. Não serão os eleitos que te agradecerão, e sim seus filhos e os filhos de seus filhos, pois por eles e neles estará votando.

14 de junho de 2006

Quem sou eu?

Olá!Me chamo Thiago.Eu não me chamo, as pessos me chamam, bem, na verdade as vezes eu me chamo quando converso comigo memo.Sim, eu converso comigo mesmo, e em voz alta as vezes.Tento descobrir minha verdadeira personalidade, mas elas estão em muito conflito, num dilema do cão: Esquerda ou direita?Caverna ou sol?Ignorante ou conhecedor?Futil ou diferente?Cabelo comprido ou curto?
Gosto de música.Gosto muito de música, agora estou ouvindo Garbage, mas depois vou ouvir System of a Down.Gosto tanto de música que tento fazer música, mas na maioria das vezes só consigo copia-las, também tenho uma palheta que eu vivo mordendo pra sentir o gosto da música, mas eu vivo perdendo palhetas.Também gosto de filmes, gosto tanto de filmes que trabalho numa locadora.Mas filmes eu não tento fazer.
Quando eu tento sair do mundo dos sentidos, eu sinto um frio.As vezes da vontade de voltar, mas a vontade de olhar nos olhos da verdade é maior. Aí eu me lembro que eu quero ter alguém pra ficar comigo sem fazer nada, só olhando. Mas tudo ta tão longe.
Outra coisa, se vc esta lendo até aqui me ajuda a responder: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer?Ou de algum modo somos levados pelo sistema, que nos educa e nos condiciona?Isso me lembra John Locke, e mais uma porção de coisas, me lembra do Livro Vermelho do Mao Tsé, que me lembra do Che com sua luta.Ora! Hora! Ele fez a hora.Ou esperou acontecer visto que aquilo era um produto inevitável do contexto histórico?
Gosto de escrever, escrevo pra tentar entender o mundo, escrevo pra tentar me entender, escrevo poesias pro mundo ficar um pouco mais bonito.Pra eu me sentir mais bonito.Não por fora.Por dentro.Por fora sou só essa casca que vai morrer, mas por dentro, nunca vou morrer, nem tudo o que eu ja sei.
Eu nunca quebrei nada.Digo, nenhum osso, pois ja quebrei muitas coisas: violão, diskman, capinha de CD, minha cama, e a cara. Porque eu acredito nas pessoas, mas não confio nelas.Mesmo assim espero muito delas. Porque eu sou um animal sentimental. Porque não aprendo com meus erros. E seria errado eu falar que aprendo, um pouco errado, ás vezes eu aprendo mesmo.
Uso calça jeans e camiseta.Sempre. Tento arranjar um outro estilo, mas não consigo.Isso não é um problema muito grande, quem gosta de mim não vai olhar pra minha calça-camiseta-tênis.
Opa!!!Vc leu até aqui!Agora esqueça, talvez eu não seja nada disso.