7 de agosto de 2006

Carinho

Eu ainda acredito no amor.
Algo me inspira quando penso em Sartre e Simone de Beauvoir. Um amor dos mais felizes. E eles eram felizes porque ambos sabiam o que queriam. Sendo diferentes no meio em que viviam se encontraram como semelhantes, existencialistas, ambos prezando a liberdade, palavra chave do relacionamento. Admiração também foi essencial ao longo de toda a vida dos dois, o que fez com que ela escrevesse A Cerimônia do Adeus, já com 73 anos, evocando a figura de Sartre. Eles vibravam em outra frequência.
Admiráveis.
Algo me inspira mais ainda quando lembro de Hannah Arendt e Heidegger. Ela, 18 anos, judia, ele, 35, nazista confesso. Os dois, amor apaixonado, quebrando fronteiras, ideologias e a razão. Estabeleceram uma relação inédita de admiração mútua, e o que começou como professor-aluno se estendeu por cartas até a década de 70.
Inexplicáveis.
Então seja o amor feliz, desses de duas pessoas que sabem viver a vida, ou seja o amor apaixonado que quebra conceitos, ainda há amor no mundo. Amor suficiente pra tirar um sorrisinho do meu canto de boca quando penso em algo do tipo, e balançando a cabeça, me perder em pensamentos. Amor bastante para me causa angústia quando penso em outras coisas que me fazem esquecer do valor da vida.
Então ame, algo, alguém, você mesmo, o que quer que seja, mas não deixe a vida perder a graça


Pq eu ainda acredito nesses carinhos que são como o sol batendo na pele e esquentando.